Como criar um vilão inesquecível: dicas para escrever um grande vilão para seu romance ou conto

De Hannibal Lecter a Norman Bates, alguns dos melhores textos de ficção contêm vilões inesquecíveis. Os vilões ajudam a definir o herói da sua história, conduzem o conflito e capturam a atenção do leitor. Por essa razão, eles são tão importantes quanto os mocinhos.

O que é um vilão?

Um vilão é o oposto de um herói. É o antagonista de sua história cujas motivações e ações se opõem ao  protagonista e conduzem o enredo. Desse modo,  em contraste com o herói, um vilão geralmente é compelido pelo desejo de cometer atos de crueldade e imoralidade.

Quais são as características de um bom vilão?

Todo grande herói precisa de um grande vilão. Os vilões são a força antagônica de sua história que desafia seu herói e impulsiona a ação. A maioria dos grandes vilões compartilha um conjunto comum de características: Forte conexão com o herói. Os melhores vilões estão inextricavelmente ligados ao herói e ajudam no desenvolvimento do personagem do herói por meio de sua oposição inerente a eles. Por exemplo, na série Harry Potter, Lord Voldemort assassinou os pais de Harry quando ele era criança, deixando para trás uma cicatriz mágica na testa do garoto que conecta, intrinsecamente, os dois personagens ao longo da história. Essa cicatriz serve como um lembrete simbólico da conexão entre Harry e Voldemort, e prenuncia que os destinos de nosso herói e do vilão dependem um do outro.

Moralidade clara: Todo vilão precisa ter sua própria moralidade. Se um vilão passa parte de sua história matando pessoas, você precisa dar a ele, ou a ela, razões críveis para fazê-lo. Faça o leitor entender, exatamente, que desespero ou crença o levou a isso. Por exemplo, no romance diatópico de Ray Bradbury, Fahrenheit 451, a principal missão do antagonista Capitão Beatty é encontrar e destruir livros porque ele acredita que os livros fazem as pessoas rejeitarem a estabilidade e a tranquilidade de uma vida de conformidade. Ele tem um forte ponto de vista moral, e o leitor acredita que está fazendo a coisa certa ao tentar queimar livros. Afinal, todo vilão acredita que é o herói de sua própria história.

Um adversário digno: Um grande vilão deve ser um adversário forte e digno de seu herói. Eles não devem ser fracos e facilmente derrotados, nem devem ser tão poderosos que só possam ser derrotados por acaso. Em Sherlock Holmes, seu arqui-inimigo Moriarty é um gênio do crime que é tão inteligente quanto Sherlock. Ter um vilão que é de muitas maneiras igual em habilidade e inteligência ao seu herói aumentará as apostas de seus encontros, pois cria uma ameaça crível de que seu herói pode ser superado.

História de fundo convincente:  Qualquer bom vilão deve ter uma história de fundo interessante e credível. Além de criar um vilão profundo e mais tridimensional, uma história de fundo memorável nos permite identificar e até simpatizar com o vilão. Por exemplo, o personagem Gollum na trilogia O Senhor dos Anéis costumava ser um hobbit normal até ser corrompido pelo poder do Um Anel. Além de aprofundar o personagem, mostrando-nos toda a amplitude de sua jornada da virtuosidade à maldade, a história de fundo de Gollum nos força a considerar como às vezes somos tentados por forças ruins ou antiéticas em nossas próprias vidas.

Os vilões devem ser divertidos. Vamos encarar: os vilões são divertidos. No Silêncio dos Inocentes de Thomas Harris, os leitores prendem a respiração sempre que Hannibal Lecter aparece na página. Seja seu senso de humor de coração negro ou sua visão de mundo odiosa, nossos vilões favoritos possuem qualidades que adoramos odiar.

4 dicas para criar um grande vilão para o seu romance

1 – Escolha um modelo da vida real. Encontre uma pessoa real para modelar seu vilão depois. Pode ser alguém que você conhece, uma pessoa da história ou um famoso Serial killer. Tente escrever um breve esboço de personagem no qual você liste seus atributos positivos e negativos, sua aparência física e seu estado de espírito. Depois de fazer um brainstorming, certifique-se de diferenciar seu personagem fictício de seu modelo da vida real (você não quer ser processado!). Você pode fazer isso alterando elementos identificáveis ​​como nome, idade e ações ou eventos específicos.

2 – Coloque-se no lugar deles. Quando chegar a hora de seu vilão agir, coloque-se no lugar dele. Pense em desafios ou dificuldades que podem tentar as pessoas a agir ou se comportar mal. Como você reage às coisas ruins? Toque nessas emoções e tente aplicá-las ao seu vilão.

3 – Considere a motivação deles. Assim como com seu personagem principal, determinar a motivação de seu antagonista pode ajudá-lo a desbloquear outros aspectos de seu personagem, como seus objetivos e sua personalidade.

4 – Apresente um vilão com um estrondo. Uma introdução forte ao seu vilão envia ao leitor uma mensagem clara de que esse personagem é malicioso. Em David Copperfield, de Charles Dickens, apresenta uma introdução inesquecível ao antagonista Uriah Heep, cuja aparente polidez é ofuscada por um rosto tão chocante e feio que é descrito como “cadavérico”. Sua introdução imediatamente estabelece o personagem como um vilão.

 

 

 

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