A importância da coesão: não repita palavras no seu texto.

Você sabia que tudo o que está a nossa volta é texto?

A asserção do fisóforo francês  Jacques Derrida de que tudo é texto assume a afirmação de que a linguagem é a manifestação de toda a atividade literária e filosófica. Os textos estão, portanto, presentes no nosso dia-a-dia de diversas formas (cartazes, outdoors, emojis, livros, placas de trânsito etc) e a dessemelhança é a diferença entre as palavras usadas. Desse modo, segundo Derrida, as diferentes significações de um texto se constroem a partir da estrutura da linguagem na qual ele é redigido.

Diante disso, dominar a habilidade de escrever é essencial, porque não existe nada fora do texto: “O texto é esse lugar que viaja entre as diferentes dimensões do vivido” (DERRIDA, 1995, p. 79-80). Já compreendida a noção de texto, é importante conhecermos alguns métodos que ajudam a ter uma boa comunicação, seja de forma oral ou escrita. Um desses métodos é a coesão.

O procedimento de escrita, principalmente, de textos teóricos, literários, redação entre outros, é construído a partir do encadeamento da coesão. Coesão é a harmonia entre as ideais de um texto que permite que haja uma conexão lógica entre elas.

 

Imagine que o texto é uma roupa e que precisa de costura para ligar corretamente todas as partes do tecido. A coesão liga as ideias de um texto utilizando preposições, advérbios, locuções verbais e conjunções. Assim, essa ‘costura’ depende de cinco categorias de procedimento: referência, substituição, conjunção, elipse e léxico.

1- Coesão referencial

Segundo Fávero (1991, p. 18) “A referência constitui um primeiro grau de abstração: o leitor/alocutário
relaciona determinado signo a um objeto tal como ele o percebe dentro da cultura em que vive”.

A coesão referencial pode ser obtida por substituição e por reiteração. A coesão por substituição acontece quando um termo já citado no texto é retomado: Carol adora ler. Ela faz a leitura de quatro livros por mês. No exemplo, observamos que o pronome ela substituiu o nome Carol, evitando assim a repetição da palavra no texto.

No caso de retomada, tem-se uma anáfora e, no caso de sucessão, uma catáfora. 

2 – Anáfora

Quando o item de referência retoma um signo já expresso no
texto.
Joana comprou um carro. O veículo é o lançamento do ano.

3 – Catáfora

Quando o item de referência antecipa um signo ainda não
expresso no texto.
Só desejo isto: que as aulas retornem.

Perceba que o pronome demonstrativo “isto antecede o referente “que as aulas”, que aparece logo depois.

É importante que os aspectos de coesão sejam utilizados na construção competente de textos, em diferentes gêneros textuais. Na próxima publicação, darei continuidade a este assunto.

REFERÊNCIA

DERRIDA, J. A escritura e a diferença. 2ª ed. São Paulo: Perspectiva, 1995.

FÁVERO, , L. L. Coesão e coerência textuais. 11ª ed. Série Princípios, São Paulo: Editora Ática, 2006.

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